segunda-feira, 25 de junho de 2012

Meu querido

Hoje acordei nostálgica, saudosa, triste, quase infeliz. Abri os olhos e vi a cama grande demais para uma mulher frágil e só. Procurei algo tocável que me trouxesse você de volta e nada. Abracei-me com os travesseiros e voltei a dormir. Então aconteceu: sonhei que estavas comigo, como no passado. O mesmo homem viril, quente e carinhoso. De leve, toquei com as pontas dos dedos o teu peito e corri suavemente a linha dos pêlos que me levaram, aos mistérios do sexo. Acariciei o meu objeto de prazer. Fechei os olhos e pensei nas loucuras de ontem. Retornei ao hoje, alisei os teus escassos cabelos prateados, senti o arfar do teu coração, vi um intenso brilho nos teus olhos e na tua boca entreaberta vagarosamente introduzi minha língua, bebi tua saliva num longo beijo. Deitei-me sobre ti e senti o teu calor. Tua virilidade estava qual uma lança pronta para entrar em combate. Aí acreditei. Sim, estavas comigo, igual a tantas outras vezes. Senti teus braços me enlaçando e mãos macias passearam sobre o meu corpo. A mulher renasceu. Lágrimas rolaram pela minha face e bebestes as pequenas gotas salgadas. Rimos e choramos no reencontro da paixão. Calmo, deixaste a mulher explodir na sede do desejo. Fiquei a tua mercê. Tua boca quente sugou os meus eretos mamilos deixando-me trêmula de prazer. Sabiamente desbravavas a fêmea sedenta. Fizeste de mim o objeto do teu prazer, da tua luxúria. Como das outras vezes, a mulher rendia-se ao homem, igual ao desabrochar de uma flor. A princípio, vinhas calmo, depois explodistes qual um vulcão em fúria. A seiva quente corria misturando nossos sabores. Abri os olhos, vi o teu rosto sereno, com a paz que só o amor oferece. Prendi meu corpo junto ao teu. Adormecemos num longo abraço, talvez para nunca mais acordar.

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